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Seria hipócrita da nossa parte não fazer uma ressalva ao dia de hoje. Milhões de pessoas a passar fome, outros tantos de barriga cheia sem partilhar com quem mais precisa.

 

O dia de hoje, para nós, serve de lembrete não só para o que fazemos bem, no que à alimentação respeita, mas também para o que está mal: parece-nos extremamente injusto haver crianças, adultos, idosos, com tantas carências alimentares. Parece-nos extremamente injusto num mundo supostamente desenvolvido como é o de hoje, que hajam sítios neste planeta completamente desfasados da nossa realidade. Motivações políticas, religiosas e climáticas levam às tais carências que, muitas vezes, nos passam ao lado, mesmo estando, muitas vezes (demasiadas talvez), debaixo do nosso nariz.

 

Lamúrias à parte, é importante ressalvar que há muitas pessoas e organizações a contribuir activamente para que a alimentação continue a ser um ponto importante de discussão entre família, amigos, conhecidos e até forasteiros. E essas pessoas, essas organizações, só podem estar de parabéns. Desde a entidade que se organiza para dar uma sopa quente a um sem abrigo aquela que faz investigação científica para um melhor uso da água na agricultura. 

 

Quantos de nós não ajudámos alguém que tinha fome? Quantos de nós não partilhámos o que tínhamos a mais para fazer alguém um nadinha mais feliz? Quantos de nós, agricultores, não fizemos e fazemos diariamente "contas" para gerir recursos naturais e afins de forma a "poupar" a Mãe Natureza e ajudar esta a reerguer-se? Já sem falar (muito) das inúmeras asneiras autorizadas pela UE e compactuadas com outros Estados Membros, que agora desvirtuam a produção nacional e põem às nossas mesas, por influência de intermediários, produtos que não respeitam as boas práticas agrícolas e condicionam a alimentação saudável, mascarando-a?

 

Escusado será dizer (ou não) que na Dona Horta o respeito pelo meio ambiente está intrinseco. E estamos conscientes que as alterações climáticas de que tanto se fala estão para vir e ficar e a elas teremos de nos adaptar. Ao respeito pelas necessidades de cada um também. E não vamos estar para aqui com coisas, que ajudamos fulano ou beltrano, porque a bondade, o querer ajudar alguém a ultrapassar situações de vida delicadas, não precisa ser publicitada. O que está feito, o que vamos fazendo é de coração e não tem preço nem quer troco.

 

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O recomeço. Setembro é um recomeço, no que aos cabazes respeita. Os nossos amigos e fãs chegam de férias, cheios de energia e vontade de cumprir com todos os objectivos que faltam até ao fim do ano. Sabemos, sentimos, faz parte, a preocupação com a alimentação, não tão só com almoços e jantares mas também com o cuidado, o carinho, o mimo, a satisfação que queremos e gostamos de dar aqueles que mais amamos.

 

É por isso, por isto, e por muito mais que há-de vir, de forma sustentável e equilibrada, sem prejudicar outrém, que temos lutado muito. E vamos continuar a fazê-lo, esperamos que de uma forma muito mais feliz e especial.

 

Contamos com todos, os que nos lêem, os que nos seguem, os que são nossos fãs, amigos, heróis, para nos superarmos até ao fim de 2016. Pormos a alimentação saudável e sustentável nas bocas de miúdos e graúdos e fazer muita gente muito mais feliz.

 

#somosdonahorta

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Para colher...

08.05.15

... É preciso plantar!

 

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Quem gosta é assim. Tem de plantar para colher. Tem de escolher as melhores sementes, cujas plantas, mais tarde, serão as mais adequadas às condições climatéricas de cada altura. Tem de preparar os terrenos com todos os custos que isso acarreta antes de sequer pensar em plantar. Tem de ser organizado, metódico. E lá vai o senhor Daniel, com isso tudo e com muito mais, no peito, para mais uma plantação "daquelas". Dá gosto gostar de comer couves só de olhar!

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... ai espera que não é nada disso!

 

As favas são dos "feijões" mais tradicionais deste nosso paraíso. Há receitas inexplicáveis de norte a sul do país e até nas ilhas. Elas adoram bacalhau assado, chouriço, entrecosto. Elas são idolatradas por meia dúzia e abominadas por outra meia. É assim, quais vedetas.

 

Vedeta que se preze tem de ter filme pelo meio. Ou série, também serve. Pois bem. As nossas favas foram semeadas a tempo e horas mas as condições atmosféricas foram sempre dando para um grande baile (como aquele em que o coche se transforma em abóbora). Depois disso, já havia favas à venda por tudo quanto era sítio e as nossas... Bom, estavam de greve. Sossegadinhas ali numa encosta solarenga e abrigadinha. Olhávamos para cada uma das plantinhas e elas guinchavam-nos: "daqui não saio! daqui ninguém me tira!".

 

Eis que vem um aperto de calor, umas chuvas de alerta amarelo e pronto, lá vêm elas como se houvesse toda uma maratona! Na próxima semana há favas no cabaz. São boas (já provámos!) mas são um bocadinho para o feias. Olhando para a fotografia ninguém diria!

 

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Há dias em que achamos que somos priveligiados. Mas depois pensamos no quanto trabalhamos e lutamos diariamente para tudo correr bem e percebemos que muito do que colhemos vem daquilo que temos vindo a semear nestes últimos anos de Dona Horta.

 

Aqui há uns tempos fomos contactados pela Revista Comer (Edições do Gosto) para fazermos parte de um artigo sobre cabazes. Sabíamos que ia ser um desafio ver-nos ao lado de tantos outros, tão iguais mas ao mesmo tempo tão diferentes. Ficámos muito contentes com o resultado.

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Não é fácil fazer cabazes, não é fácil ter produto de qualidade, de sabor genuíno e fresco. É uma luta diária, não escolhe fins-de-semana, não escolhe feriados nem dias santos. Custa muito ter o telemóvel a tocar a todas as horas, nunca ter a caixa de email organizada. Custa muito apanhar grandes molhas enquanto se colhem brócolos ou levar com uma geadinha nos bigodes, de Inverno, enquanto se cortam os espinafritos. Ou levar com aquele bafo insusportável que faz estalar as couves todas e que só acaba de uma maneira: passar-lhes com a freze por cima. Custa. Mas não ter nada para fazer ia custar-nos muito mais.

 

O que temos para oferecer é simples: um cabaz de produtos frescos, saborosos, cultivados com amor, carinho e em respeito pelas boas práticas agrícolas. A um preço justo para os produtores. Há os extras, porque nem todas as famílias são iguais e porque há quem goste mais de pêras do que de morangos. Há o pão, a broa, as bolinhas, amassadas como antigamente e cozidas em forno a lenha. Há azeite e arroz. E sim. O pão vem do padeiro, o azeite do azeiteiro e o arroz vem dos orizicultores mais incríveis do Ribatejo.

 

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Tem sido uma estafa esta luta mas sim, repetimos: tem sido um privilégio. E trabalhar com aqueles que para nós são os melhores do mundo - os nossos produtores - que sabem tudo o que se passa com as suas plantas, como e quando têm o quê, quando é melhor, quando há mais, quando é da época e quando não é - só pode ser uma vantagem. Até porque dar a provar ameixas quando é tempo de romãs só pode ser coisa de outro hemisfério!

 

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Damos as boas vindas à Primavera com um solinho bom, por estas encostas fora e por aí adiante até à serra. Começam a aparecer as primeiras flores, os primeiros passarinhos. E que bom que é ouvi-los. Isso e ver os cordeirinhos aos pulos, uns atrás dos outros, em engraçadas brincadeiras para cima e para baixo... 

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A Celeste começou cedo e começou bem. Começou a trabalhar precocemente – naquela altura era assim – a pintar loiça numa fábrica do Concelho de Alcobaça.

 

Casou, teve filhos, e no meio dessa odisseia que é criá-los, decidiu abraçar a agricultura como modo de vida para ajudar o Sr. seu esposo (que dá pelo nome de Daniel e é um dos nossos queridos produtores). Ele comandava as lides no campo. Ela comandava as lides nos mercados.

 

Passou pelo Mercado de Alcobaça, mais tarde pelo Mercado de Vila Franca de Xira e, posteriormente, pelo Mercado da Castanheira do Ribatejo.

 

Acreditou na Dona Horta desde o início (mesmo quando tudo ainda não passava do papel) e fez com que ela de lá saísse.

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A Celeste acompanha de forma saudável e pro-ativa o desenvolvimento da Dona Horta e não há cliente ou produtor que não saiba quem ela é. Ela quer estar lá, ver como está a ser feito, quer saber tudo. Não se deixa abater com pouco e tem sempre um provérbio cómico para dizer quando alguma coisa corre menos bem. E menos mal! Esta força da Natureza surpreende-nos com o seu empenho em querer que tudo dê certo. E, mais tarde ou mais cedo, com muita fé, trabalho e perseverança, acaba sempre por dar.

 

Adora tricotar (principalmente roupinhas para a sua netinha) e sempre teve animais de estimação por perto – mais recentemente um gato mafarrico que lhe corta as linhas quando ela não lhe dá colo. Gosta muito de decoração de interiores e é fã do Pinterest. Faz uma alimentação super saudável há, pelo menos, dezoito anos. No dia em que ela não souber se um legume é bom ou não apostamos que mais ninguém sabe. Não dispensa kiwis à sobremesa e os brócolos são a sua mais verde perdição.

 

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O António é um dos nossos produtores mais queridos. Seja por ser de um espírito de entre-ajuda incrível seja para provar as frutinhas dos outros produtores e dar o seu aval, o António é um bom garfo.

 

 

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Garfo que se preze também cozinha e o António cozinha bem. Fã de grelos de nabo, partilhou uma receita deles guisadinhos que pode muito bem ser feita com grelos de couve. Ora cá vai.

 

1 molho de grelos lavados e migados

1 cebola descascada e picada

3 dentes de alho descascados e picados

1 molhinho de salsa picadinha

1 folha de louro lavada

1 copo de vinho branco

1 chávena de arroz

2 chávenas de água quente

azeite e sal qb

 

Num tacho coloca-se azeite até cobrir o fundo. Quando quente (o azeite), refogam-se a cebola, o alho, a salsa e o louro. Assim que tomarem cor juntam-se os grelos e o vinho branco. Tapa-se e deixa-se cozinhar por cinco minutinhos em lume brando.

Adiciona-se o arroz e a água (quente), mexe-se, tempera-se de sal e deixa-se apurar até que o arroz fique bem cozido.

 

O António disse-nos que costuma acompanhar este guisadinho com uns joaquinzinhos ou um peixinho de espada frito. Nós concordamos.

 

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... Os grelos de couve são reis. São, muito provavelmente, os últimos. Por ora. Mas não os últimos deste ano que lá para Novembro há mais. "Novembro? Mas ainda falta tanto..." Falta pois. Mas já vamos em Março, na décima primeira semana de cinquenta e duas. Passa a correr!

 

Em mais ou menos correrias o cabaz desta semana é apropriado para maratonistas: batata, cebola, cenoura, grelo de couve, nabo sem rama, maçã, kiwi e alface no médio. O grandalhão tem ainda espinafres, laranjas e ervas acrobáticas. Perdão. Aromáticas. 

 

 

 

 

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Os grelos, sejam de couve ou de nabo, são uma hortaliça que caiu em desuso no prato do comum português nos últimos anos. Fosse por força do seu peso na carteira, fosse por força do sabor (óbvio que grelos chocos – destes e d'outros – não sabem bem a ninguém), surgem agora, muito timidamente, nos pratos dos principais chefs e das nossas cozinheiras favoritas.

 

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O Inverno é a altura de eleição destes meninos. De Novembro a Março eles andam perto, tanto uns como outros. Um dos nossos especialistas, o Sr. Daniel (na foto a atar um molhinho deles para uma encomenda) explicou-nos que os grelos são semeados em Setembro, “lá mais para o fim. Depois são colhidos até Março e para se criarem não precisam de pesticidas nem nada dessas coisas, pelo menos aqui para os lados do Bárrio.” São então três ou quatro meses do mais puro amor agrícola.

 

Perguntámos-lhe ainda: “Sr. Daniel e como é que gosta deles?” Respondeu-nos com um sorriso: “prefiro os grelos de nabo aos grelos de couve e, rapariga, não me perguntes porquê porque gostos não se discutem. Do melhorzinho que me podem por ao lado deles é batata cozida e bacalhau. Com azeite e alho!”.

 

Entretanto, enquanto conversávamos, apareceu o Sr. António Lopes, também produtor Dona Horta. “Grelos? Grelos? De nabo! E guisados!”. Bom, grelos de nabo guisados? “Como é que você faz isso, Sr. António?” Ele disse-nos e ficámos com água na boca.  

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Dona Horta

A Dona Horta é um serviço de entrega de produtos frescos, naturais e saudáveis. Preparamos todas as semanas cabazes de fruta e hortaliças da época e entregamos em locais e horários pré-definidos. Este método único reduz significativamente a pegada ecológica associada à distribuição e promove uma maior aproximação entre consumidores e produtores nacionais. Mas mais importante, a Dona Horta ajuda a melhorar a dieta e bem estar da sua família. Tudo o que precisa de fazer é saborear o melhor da nossa terra, pois nós tratamos do resto! Visite-nos em www.donahorta.pt



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